O setor de laticínios do Brasil prevê um ano positivo em 2025, mas com desafios para manter a rentabilidade no prazo médio.
Durante uma reunião em Porto Alegre, lideranças do setor e produtores discutiram o cenário no encontro mensal do Conseleite. Glauco Carvalho, economista da Embrapa Gado de Leite, explicou que a estabilidade dos preços do leite é impulsionada pela previsão de crescimento de 3% do PIB em 2024, devido à expansão do crédito, aumento do consumo das famílias e dos gastos governamentais.
Porém, Carvalho destacou a importância de aumentar os investimentos para garantir um crescimento sustentável a longo prazo.
Preocupações com a Importação
Carvalho também alertou que a importação de lácteos continua elevada, já que os produtos importados são mais competitivos. Embora o governo tenha implementado medidas para limitar as compras diretamente por laticínios, as compras continuam por meio de tradings e varejistas. “Nossa produção está perdendo espaço no mercado interno”, destacou.
Entre janeiro e setembro de 2024, a importação de lácteos aumentou 6%. O motivo? O preço do leite em pó importado é de R$ 20,28, enquanto o nacional é de R$ 27,87.
Competitividade Interna
Guilherme Portella, presidente do Sindilat/RS, reforçou a necessidade de aumentar a competitividade da produção local. Ele citou o exemplo do setor avícola, que conseguiu ampliar o consumo interno e as exportações ao reduzir custos por quilo.
Impacto Climático na Produção
Carvalho também apresentou dados sobre o impacto climático na produção de leite. No Rio Grande do Sul, quantidades em maio reduziram a produção em 750 mil litros por dia. “Apesar da recuperação, a retomada ainda é lenta, principalmente pela falta de alimentos suficientes para as férias”, explicou.
Além disso, o calor excessivo em setembro afetou a produção em diversas regiões do Brasil. Segundo Carvalho, a expectativa é que a situação se normalize no próximo trimestre, com condições climáticas mais resultados.